Nem sempre é fome: quando o corpo tenta alimentar o que a alma sente falta

Às vezes, o que chamamos de fome é o corpo tentando cuidar da alma como pode. Na psicologia analítica, o sintoma é um pedido de escuta — um convite para olhar o vazio que, em vez de inimigo, pode se tornar espaço de transformação.

Mariana Martins de Castro

10/20/20251 min read

Nem sempre é fome.
Às vezes, é o corpo tentando cuidar da alma como sabe.

Na Psicologia Analítica, o sintoma não é apenas um erro, ele é uma mensagem do inconsciente tentando equilibrar algo que ficou esquecido.
A compulsão por comida, especialmente por doces, é uma das formas mais visíveis dessa tentativa: o corpo busca repor simbolicamente o afeto que faltou.

Comer se torna uma forma inconsciente de lembrar que um dia fomos nutridos, não só com leite, mas com presença, toque, olhar.
Quando isso não foi suficientemente internalizado, a psique cria substitutos: comida, consumo, relacionamentos, desempenho e etc.
Todos tentam preencher o mesmo espaço, o vazio daquilo que ainda não foi simbolizado. Faz sentido?

Mas o vazio não é o inimigo.
Ele é o berço da transformação.💡
É nele que algo novo pode nascer, desde que a gente consiga ficar um pouco com ele, em vez de tentar calá-lo. Eu te entendo o quanto é difícil lidar com a compulsão e o que fazer com essas informações?

Sustentar o vazio pode significar respirar entre uma vontade e outra,
ouvir o corpo antes de julgá-lo,
e perguntar com sinceridade:

“O que em mim está com fome agora?”

Talvez a resposta não venha de imediato.
Mas, aos poucos, o vazio começa a se transformar,
de buraco em espaço,
de angústia em escuta,
de compulsão em ✨presença✨

O alimento continua existindo,
mas deixa de ser refúgio, para se tornar relação com o corpo, com o sentir, com a própria vida.

A fome como um símbolo, nos mostra que devemos perguntar mais: Fome do que?

Talvez não seja sobre comer menos, mas sobre se escutar mais (e você não precisa fazer isso sozinho!)